Memorial

O cigarro queimando observo a ponta acesa... 
Vermelha, se tornando tão cinza e partindo com o vento,
Um coração batendo num ritmo de descompasso, com uma velha música no rádio, o toque é distante, a melodia entediante...
Prazer este é o São João das desilusões.
Algumas pessoas perdem a fé em si mesma ou com as pessoas,  algumas com vida, outras com o mundo.
Perdemos a fé no AMOR, no que temos a seguir, no que pode surgir...
Perdemos tempo imaginando, desejando e planejando, enquanto deveríamos estar agindo.
A vida se renova e preciso crer que sou a Fênix a renascer de minhas próprias cinzas, do que queimou... Do que me queima!
Tantas palavras a serem ditas, tantas conversas perdidas eu vejo momentos passados, momentos que quero no futuro e as escolhas me destruindo, me consumindo, me assumindo.
Vejo vidas desperdiçadas, vidas acabadas com caos da minha desordem, da sua desordem e de todos à nossa volta, sem poder ajudá-los, sem poder tocá-los, sem poder dar algo a que se agarrar... A vida segue!
Porque a morte já é bem vinda aos corações de quem não luta mais... De quem não anseia por mais!
Ensinaram-me a viver... E lhes ensinei a Sobreviver!


Isabela Correia

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